quarta-feira, 20 de abril de 2011

Chove














Chove…
Chove lá fora…
E nas entranhas do meu ser.
Chove desalmadamente frio
Com gotas de tristeza
Que me deixam enublada
Nesta tempestade de primavera!
Sinto o furação que se liberta de mim
Tocando com tamanha brutalidade
Em tudo o que me cerca.
Rasga o tempo
E rasga a vontade…
Faz voar e rodopiar
Todos os pensamentos
Em torno do seu epicentro carnal
Que tomba no fim em desequilíbrio.
Levanta-se discreto e silencioso
Tal maresia sentimental obscura
Que rapidamente se condensa e precipita.
Desfaz as gotas em lágrimas
Que pesam nas nuvens arredondadas
E…
Chove…
Chove lá fora
E nas entranhas do meu ser…

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