Junto as letras,
Como se cozinha-se
A mais bela refeição!
Escolhendo com cuidado
Cada ingrediente,
Combinando sabores
Com vogais e consoantes
E temperadas com adjectivos.
Preparo a mesa,
Com uma toalha em papel
Decorada com imagens!
Sirvo-as,
Com uma, duas ou mais sílabas,
Dependendo da fome
Que cada um tem em ler.
Corto cuidadosamente as maiores,
Formando assim pequenos vocábulos
Que facilmente se derretem na boca,
Enchendo-nos de conhecimento.
Devoro esfomeada cada palavra,
Cada frase,
Numa indigestão cerebral
Que me provoca alucinações gustativas.
Palavras que me vão saciando a mente
E o coração.
1 comentário:
Leio, escrevo e definho. Cada palavra que concebo é invenção minha, não existe. Soletro-a buscando significado e não encontro. Barulhos disformes e vazios que significam o que cada um quer, o que para cada um significou outrora.
É no cansaço que se abate no crepúsculo do meu pensamento que esqueço o que são para mim as coisas. Tudo é findo, mas inconclusivo. Sou limitado pelo que sei e pelo que penso saber, abalado pela certeza que nada consigo alcançar, por isso tentar comunicar a minha imagem do mundo será sempre impossível, para quê sequer tentar…
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