Que o vazio cerebral que sentia
Se preenchesse com milhões de palavras
Pontos, vírgulas, reticências e pontos de exclamação.
Sabia que não queria interrogações,
Só ideias lamexas, cheias de emoção
Que fossem capazes de aliviar aquele vazio.
Esperei... mas nada surgia..
Levantei, andei de um lado para o outro
Esperei que a gravidade fizesse cair uma letra.
Nada... Tudo escuro, silencioso, deserto.
"Que raiva!" pensei eu...
De repente apeteceu me escrever:
"Que raio se está a passar?"
Mas depressa corrigi:
"Gostava de saber o que se está a passar."
Já tinha decidido que não queria interrogações!
Maldita mente!
Respirei fundo, fechei os olhos e escutei...
Escutei aquilo que aquela doce voz dizia dentro de mim...
Escutei, meditei, reflecti..

"Tu és capaz!"
Dizia ela..
Abri os olhos e de repente...
Comecei:
"Sentei e esperei...
Que o vazio cerebral que sentia
Se preenchesse com milhões de palavras..."