sexta-feira, 24 de abril de 2009

AQUELE Momento...

Sento-me calmamente...
Olhos entreabertos com toda a luminosidade...
Com toda esta imensidão à minha frente!
Vejo, revejo, toda esta vida incansável,
Todas as memórias que se libertam
E pairam no ar deste pensamento único.
Observo-te a cair de mansinho,
Com o medo e a ansiedade de fugir
Para um outro mundo, uma outra realidade.
Olho... Vejo... Sinto...
Ouço... Entro dentro do momento...
Somos um só movimento, uma só vida!
Rodeada pela luz que libertas,
Rodeada pelo embalo das ondas brancas,
O coração para!
A respiração bloqueia!
O estrondo do teu toque no horizonte
Deixa o mundo numa paragem temporal
Onde só o meu pensamento é livre,
Onde só ele permanece intacto.
Começo por sentir a tua entrada
Nas entranhas oceânicas da terra.
Sinto a saudade a crescer
E a lágrima teimosa que se cria no canto do olho!
Sinto a leve brisa provocada pelo teu movimento,
Que me traz o teu odor, o teu sabor...
OH! Que sensação magnífica!
Que momento único!
Fecho os olhos, deixando cair a lágrima...
Percorrendo os montes e vales do meu rosto
Esgueirando-se discretamente pelo canto da boca.
Tão salgada como este mar que me circunda,
Tão única quanto ele, como se fossem um só!
Transcendo a alma ao teu encontro,
Como se fosse fundir contigo
Para formar algo superior, algo fenomenal e único!
De repente, todo este momento é sugado.
A alma volta ao corpo...
O mundo recomeça a girar...
O coração a bater e o oxigénio a entrar em mim.
Abro os olhos e...
Desapareceste...
Amanhã cá te espero...
Mais uma vez!

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