sábado, 19 de novembro de 2011

Pinturas


Vendo o mundo a branco e preto
Cheio de contrastes destoados
Pelo vento frenético que remexe
Em todos os pensamentos
Que teimam em emergir.
Sinto uma enorme vontade
De pegar calmamente o pincel esquecido
E sair pela rua colorindo tudo...
Tudo o que me toca...
Tudo o que me envolve...
Tudo o que por momentaneamente
Me deixe um sorriso nos lábios...
Gostava de te colorir...
Pintar-te suavemente com tons pastel
Com uma ou outra pitada de cor quente,
Picante ou deliciosa,
E tornar-te na minha peça principal,
Aquela que perdurará no tempo,
E terá um valor incalculável.
Desenhar-te todos os contornos
Com uma tal perfeição
Que destronaria Rafael ou Ingres.
Serias a minha obra-prima
Exposta na minha galeria privada
Para que apenas eu te pudesse contemplar!
Sairei por aí pintando...
Espero encontrar-te ao virar da esquina...

domingo, 13 de novembro de 2011

Tempo Incerto


O mundo faz barulho lá fora...
Chora a tua ausência desalmadamente.
Reclama furiosamente a tua presença,
E tenta a todo o custo empurrar-te para mim...
Ou a raptar-te para mim...
Entre raios e trovões te desejo comigo,
Lado a lado aconchegados,
Presos por sentimentos confusos,
Misteriosos e fugidios.
Perco-me nas incertezas de tudo
E as certezas do nada que nos cerca.
É, não é, poderá ser ou não ser,
Será algo ou não, terminará ou durará...
Confuso, trémulo, irrequieto.
Não sei sentir o que sinto,
E gostava de sentir aquilo que...
Provavelmente me é negado.